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Programa de Sequenciamento Genômico de Aparecida identifica dois casos da variante ômicron

Maykon Henrique

Moradores tiveram contato com casal que veio da África. Secretaria de Saúde segue com o monitoramento dos casos


Em live transmitida na manhã deste domingo, 12 de dezembro, por meio de suas redes sociais, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, informou que o Programa Municipal de Sequenciamento Genômico detectou dois casos da variante ômicron do novo coronavírus em moradores da cidade.


Veja live



Trata-se de duas mulheres, 20 e 46 anos, residentes nos bairros Santa Luzia e Chácaras Bela Vista, que tiveram contato com um casal que veio de Luanda, África. Elas estão em isolamento, passam bem, apresentam sintomas leves e são monitoradas pela pasta.


“Aparecida conseguiu identificar com rapidez e eficácia essa nova variante porque investe na ciência. Somos o município goiano que mais testa e a cidade brasileira com o maior Programa de Sequenciamento Genômico. Para vocês terem uma ideia, atualmente, quase 50% de todos os casos positivos de covid-19 diagnosticados em Aparecida por meio da testagem em massa passam pelo sequenciamento genômico que permite saber qual variante do novo Coronavírus acarretou a infecção. Ao todo, já fizemos mais de 2.200 análises de conteúdo genético do vírus”, informa o prefeito.


Os dois casos da ômicron


Segundo a diretora de Avaliação de Políticas de Saúde de Aparecida, Érika Lopes, que coordena o Programa Municipal de Sequenciamento Genômico, um casal desembarcou do continente africano no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, no dia 3 de dezembro, e seguiu para Aparecida de Goiânia, assintomático e com resultado RT-PCR negativo para a covid-19. “Eles são missionários e ficaram em nossa cidade para um evento religioso. A estadia em Aparecida foi de 3 a 5 de dezembro. Depois de irem embora, duas pessoas com quem tiveram contato começaram a apresentar sintomas”, detalha a gestora.


De acordo com Érika Lopes, essas duas moradoras testaram positivo para a covid-19 nos dias 8 e 9 de dezembro e após a investigação epidemiológica realizada pelo Cievs de Aparecida que trouxe à tona o histórico de contato com viajantes da África, o Programa de Sequenciamento Genômico da Secretaria encaminhou as amostras para análise.


“Esses dois casos não se enquadravam diretamente como suspeitos de contaminação pela ômicron, visto que o casal vindo da África com quem elas tinham tido contato não apresentou resultado positivo para covid. Mas, mesmo assim, decidimos sequenciar as amostras e neste domingo saíram os resultados que confirmaram a presença da variante”, destaca.


Érika Lopes esclarece ainda que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está fazendo todo o levantamento epidemiológico das moradoras, sobre vacinação e quadro clínico. “Acabamos de confirmar a presença da ômicron. O monitoramento das pacientes pela Central de Telemedicina já vinha ocorrendo e até então elas estão com sintomas leves. Mas, seguimos em alerta. Trata-se de uma variante com alto grau de transmissibilidade. A pasta também está organizando uma estratagema de testagem para quem estava no evento religioso em questão”, completa.


Sequenciamento vital


Em Aparecida, o Programa de Sequenciamento analisa amostras colhidas em moradores durante a realização do RT-PCR que tenham uma carga viral mínima e com os seguintes critérios: pacientes com suspeita de reinfecção, pacientes de baixo risco que precisaram de internação e pacientes aleatórios agrupados por semana epidemiológica.


Como Aparecida é uma das cidades brasileiras que mais realiza RT-PCR, somando mais de 407 mil exames já feitos, o município conta com um farto banco de dados a ser estudado. “Até então, 100% das amostras analisadas nas últimas semanas pela Vigilância Genômica eram da variante delta”, destaca Érika Lopes.

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Alerta: a prevenção tem que continuar


A SMS reforça que as medidas preventivas contra a covid-19 precisam ser mantidas pela população, tais como o uso correto de máscara, tapando o nariz e a boca, a ventilação dos ambientes, a higienização das mãos e o distanciamento social sempre que possível. “E sobretudo é preciso se vacinar! Quem já está na hora de completar o esquema vacinal, seja com a segunda dose ou o reforço, deve fazê-lo o quanto antes e quem ainda não se imunizou com a primeira dose precisa correr. A vacinação é fundamental e continua salvando vidas”, destaca o secretário de Saúde, Alessandro Magalhães.


Comportamento do vírus


Alessandro salienta que enquanto o Sars-CoV-2 (novo coronavírus) estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações: “Esse é um processo natural da replicação do vírus e algumas variantes têm um maior poder de adaptação gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico. Daí a importância de se identificar e monitorar as linhagens em circulação para entender melhor a dinâmica de evolução e dispersão do vírus”.


Ômicron no Brasil


De acordo com o boletim do Ministério da Saúde, até o dia 11 de dezembro, o Brasil havia identificado 8 casos de contaminação pela ômicron. Consequentemente, os dois casos de Aparecida são o 9º e 10º registrados no país. Segundo a pasta, evidências científicas apontam que a variante possui um índice de transmissibilidade maior que as outras, mas não há estudos comprovados sobre a sua severidade e nem sobre a resposta vacinal contra a nova variante.

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