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Luiz Paulo Dominguetti cita deputado Luís Miranda em compra de doses e mostra áudio na CPI da Covid

Aparecida Notícias

O suborno teria sido pedido pelo ex-diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, exonerado nesta quarta-feira (30)


A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira (1º) o representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira. Ele revelou ao jornal Folha de S. Paulo que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina em troca da assinatura de um contrato com o Ministério da Saúde.


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O suborno teria sido pedido pelo ex-diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, exonerado nesta quarta-feira (30). A compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca pelo ministério geraria um montante ilícito de R$ 2 bilhões.


Acompanhe o trecho no vídeo



"Se o deputado Luis Miranda tiver envolvido com maracutaia, se ele pegou pernada, isso é problema dele, não é nosso. Não tem que proteger ninguém aqui não"OMAR AZIZ presidente da CPI da Covid

O Cristiano [representante da Davati no Brasil] me relatava que volta e meia tinha parlamentares procurando, e o que mais incomodava era o Luis Miranda, o mais insistente com a compra e o valor de vacinas. O Cristiano me enviou um áudio onde pede que seja feita uma live, o nome dele, que tinha um cliente recorrente, que comprava pouco, em menos quantidade, mas que poderia conseguir colocar vacina para rodar"


[11h00] - Ao descrever o jantar em que ocorreu o suposto pedido de propina, o depoente diz que se negou a aceitar o "acréscimo de UR$ 1 por dose". E em resposta, Roberto Dias teria pedido para que ele "'pensasse direitinho e levasse uma nova proposta'", o que foi entendido como sugestão para a solicitação de suborno fosse aceita. "''Nós temos que melhorar esse valor. Mas é para cima, para mais'", teria dito Dias no jantar.


[10h58] - Em depoimento, Dominguetti diz que três diretores do Ministério da Saúde tiveram conhecimento da proposta de venda de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca.


Segundo ele, as propostas foram repassadas para o ex-diretor de logística Roberto Ferreira Dias, ao ex-secretário-executivo Elcio Franco — braço direito do ex-ministro Eduardo Pazuello — e a uma pessoa que chamou de Laurício, que seria representante da Vigilância Sanitária.


[10h53] - Dominguetti relata que, inicialmente, Elcio Franco, segundo no comando do Ministério da Saúde entre junho de 2020 e março de 2021, não sabia das negociações da proposta da venda de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca, feita pela Davati.


O depoente diz que se surpreendeu ao notar que Franco não tinha conhecimento das tratativas, visto que se tratava de uma grande quantidade de imunizantes, e que foi encaminhada a outros diretores do ministério.


[10h50]


"Nunca se buscou uma facilidade por parte dele [Roberto Dias]. Essa facilidade não ocorreu porque ele sempre colocou o entrave no sentido de que, se não se majorasse a vacina, não teria aquisição por parte do ministério"

LUIZ PAULO DOMINGUETTI PEREIRA

em depoimento à CPI da Covid

[10h49] - Suposta proposta de propina foi informada ao Cristiano Alberto Carvalho, diz depoente. O procurador da empresa também foi convocado para oitiva na CPI.


[10h30] - Dominguetti reafirma que a proposta de propina foi de US$ 1 por dose de vacina vendida para o Ministério da Saúde.


"Na primeira proposta, a dose US$ 3,50. A Davati estava ofertando ao Ministério da Saúde 400 milhões de doses"

LUIZ PAULO DOMINGUETTI PEREIRA

em depoimento à CPI da Covid

"O pedido dessa majoração foi exclusivamente do senhor Roberto Dias", explicita o depoente.


[10h26] - O policial revelou que o motivo para atuar como represente da empresa foi a necessidade financeira. "Sou cabo da Polícia Militar e para complementação de renda comecei a trabalhar no ramo de insumo".


[10h22] - Dominguetti: "Fui apresentado ao Roberto Dias (diretor de logística do Ministério da Saúde) pelo coronel Branco".


O militar a qual o depoente refere seria o coronel do Exército Marcelo Blanco, que foi assessor no departamento de logística do Ministério da Saúde na gestão de Roberto Ferreira Dias. Segundo ele, o ex-funcionário da pasta já vinha fazendo tratativas com a Davati para a aquisição de vacinas da AstraZeneca.


[10h18] - O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), questiona qual é a relação do depoente com a empresa Davati e nas negociações com o Ministério da Saúde. Dominguetti responde que tinha o um acordo verbal com o CEO da empresa no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho, para negociar. Ele afirma que sua "parceria" com a Davati começou em janeiro.


[10h16] - Luiz Paulo Dominguetti dispensa o uso dos 15 minutos reservados para apresentação inicial.


CONVOCAÇÃO

Além da convocação de Dominguetti, os senadores também aprovaram, na quarta-feira, o requerimento de convocação do procurador da Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Carvalho. As informações são da Agência Senado.


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O depoimento do representante estava marcado para acontecer na sexta-feira (2), mas a comissão antecipou a oitiva de Dominguetti para esta quinta-feira.


Inicialmente, quem estava programado para ser ouvido na CPI nesta manhã era o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos, mas teve a convocação adiada, sem nova data.


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A Precisa é responsável por um contrato com o Ministério da Saúde para aquisição da vacina indiana Covaxin, que também está sendo investigado pela comissão depois das denúncias feitas no depoimento dos irmãos Luis Miranda e Luis Ricardo Miranda.


Os requerimentos de convocação de Dominguetti foram apresentados pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE).


“O depoimento de Luiz Paulo Dominguetti Pereira a esta CPI é imperioso e imprescindível para o desenrolar da fase instrutória e, obviamente, para o futuro deslinde das investigações."

RENAN CALHEIROS

senador relator da CPI da Covid

Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) afirmou que a AstraZeneca desmentiu ter intermediários no Brasil.


"O governo não coaduna com qualquer tipo de irregularidade e exonerou Roberto Dias para facilitar as apurações. Não queremos a politização dessa apuração."

FERNANDO BEZERRA

líder do governo no Senado Federal

A DENÚNCIA

À Folha de São Paulo, Luiz Paulo Dominguetti relatou que Roberto Dias indicou que as negociações só seriam concretizadas se a Davati compusesse "um grupo" no Ministério.


"Aí ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério. Se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que a proposta que a gente estava propondo."

LUIZ PAULO DOMINGUETTI

ao jornal Folha de S. Paulo

Luiz Paulo afirmou que antes do encontro com Roberto Dias, ele esteve no Ministério para ofertar as vacinas e conversou com Elcio Franco, ex-secretário-executivo da Pasta. Segundo ele, a oferta foi recusada. O representante afirma que na véspera de deixar Brasília recebeu uma ligação de Roberto Dias.


RELAÇÃO COM A DAVATI

Ao portal G1, a empresa Davati Medical Supply negou que Dominguetti seja representante do empreendimento no Brasil e admitiu que não tem convênio com a AstraZeneca. O laboratório ainda afirmou que não possui empresas privadas como representantes e que só vende imunizantes contra a Covid para governos e organismos multilaterais.


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No entanto, conforme o podcast Café da Manhã, da Folha de S. Paulo, Dominguetti é citado pelo CEO do empreendimento como um representante do laboratório. O procurador da Davati Cristiano Alberto Carvalho forneceu e-mails à reportagem do jornal com a informação, além da troca de mensagens que mostram a negociação com Ministério da Saúde.


QUEM É LUIZ PAULO DOMINGUETTI

Luiz Paulo Dominguetti Pereira se apresentou como representante da Davati Medical Supply — que diz ser intermediária na venda da AstraZeneca — e denunciou o suposto esquema de corrupção na compra de vacinas pelo Ministério da Saúde.


Ele é cabo da Polícia Militar de Minas Gerais e atua no município de Alfenas, no Sul do estado, disse a corporação. As informações são do G1.


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A atuação do policial em negociações de vacina é recente, segundo um colega de trabalho revelou ao portal de notícias. Ele não quis se identificar. Dominguetti teria tentado vender imunizantes às prefeituras mineiras.


“Conheci ele mais ou menos em fevereiro deste ano. Foi na época que o estado do Amazonas estava tendo aquele colapso da Covid”, contou à fonte ao G1.


No entanto, segundo o funcionário, nenhum contrato chegou a ser assinado.


PROCESSOS NA JUSTIÇA

O nome do policial militar aparece em 37 processos na Justiça. Um deles é movido pelo dono do apartamento em que Dominguetti morou em Belo Horizonte, onde residiu até o fim do ano passado. Ele teria saído do imóvel sem pagar quatro meses de aluguel e ainda responde na Justiça pela dívida.


Em outro processo, uma mulher acusa o agente de segurança de ter comprado um carro financiado no nome dela. Ele não teria pagado as parcelas e ainda levou multas que estão no nome do proprietário. O veículo nunca teria sido localizado.


Depois que a denúncia veio a público, a Polícia Militar de Minas Gerais instaurou um relatório de investigação preliminar para apurar se a conduta de Dominguetti fere o código de ética e disciplina da corporação.


A instituição ainda revelou ao G1 que, ano passado, o policial atuou no gabinete militar do Governo de Minas Gerais, mas foi afastado do cargo por não se encaixar no perfil de atuação no órgão.






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